Produtores da região do Igarapé Mercedez, na região do Jordão, no Acre, denunciaram uma ação truculenta de fiscais do Instituto Chico Mendes, que armados, fizeram terror a famílias de seringueiros isoladas na floresta amazônica.
Na Reserva Extrativista do Alto Tarauacá, colocação Alagoas, o seringueiro José Coelho foi multado pelos fiscais do Instituto em 10 mil reais por ter matado uma onça que estava ameaçando a sua família no aceiro da casa. No momento da multa, segundo Coelho, os fiscais disseram que “gado é comida de onça e tinha que deixar comer mesmo”.
- Eu me senti humilhado, eram quatro pessoas armadas até os dentes, chegaram no meu roçado não quiseram nem ir à minha casa e já foram me multando, nós não vamos mas aceitar isso – disse o seringueiro.
José Alves de Abreu, que mora na região há 35 anos, pai de nove filhos, morador da Reserva do Alto Tarauacá, aos 70 anos, foi alvo da atuação truculenta dos fiscais. Abreu foi multado em R$ 1.000,00 por que seu filho, deu um jabuti para o vizinho da colocação.
- Me pegaram de surpreso eu estava sozinho com as crianças e eles chegaram armados não quiseram conversa e me multaram porque meu filho deu um jabuti para o vizinho – relata o seringueiro.
Um dos mais experientes na colocação, seu Abreu conta que há 35 anos vivendo no mesmo local, nunca foi vitima desse tipo de ação. Os fiscais pediram para o produtor dar fim ao gado, que segundo ele, é herança da neta.
- Eles entraram no comércio do meu filho, o fizeram revirar um saco de roupa procurando animais, segundo eles, para comercialização. Isso nunca aconteceu em minha família, fiquei assustado. Foram no banheiro até no galinheiro – acrescenta Abreu.
O filho de seu Abreu é agente de saúde do Igarapé, o seringueiro conta que as famílias vivem isoladas dentro da mata até sem sal para temperar a comida. A escola da região está desativada e as crianças estão sem aulas.
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