terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Impeachment não é golpe!



          O assunto em voga é o impeachment da Presidente da República Federativa do Brasil, a Sra. Dilma Vana Roussef.
         Vivemos em um regime democrático, o famoso Estado Democrático de Direito, apesar da fragilidade e até confusões que marcam nossa República.
Democracia é uma palavra de origem grega que pode ser definida como governo (kratos) do povo (demo). Dessa forma, a democracia pode ser entendida como um regime de governo onde o povo (cidadão) é quem deve tomar as decisões políticas e de poder. A democracia pode ser direta, indireta ou semi-direta: diante da impossibilidade de todos os cidadãos tomarem as decisões de poder (democracia direta), estas passam a ser tomadas por representantes eleitos (democracia indireta ou representativa) e, nesse caso, são os representantes que tomam as decisões em nome daqueles que os elegeram.
De modo geral, um governo é dito democrático por oposição aos sistemas monárquicos, onde o poder está centralizado nas mãos de uma única pessoa, o monarca, e aos sistemas oligárquicos, onde o poder está concentrado nas mãos de um grupo de indivíduos. Esta é a classificação dada por Aristóteles, em sua obra Política.
Em nossa Carta Magna no art. 1º, Paragrafo Único temos: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Se TODO o poder emana da vontade popular como garante a CF/88, é de causar estranheza que se possa eleger um represente (outorgar um mandato), mas não se possa destitui-lo do cargo que o povo elegeu (revogar os poderes do mandato de titularidade do povo).
Os aliados da Presidente Dilma, parecem que não escutam ou povo ou se fazem de cegos e surdos, pois o clamo popular esta cristalino, a mandataria tem o maior índice de rejeição já registrado na historia.
Juridicamente vivemos a aceitação de um pedido de impeachment baseado em fatos concretos pela pratica do crime de responsabilidade, destaca-se nesse ponto que um dos subscritores da denúncia é o Dr. Hélio Bicudo que foi fundador do PT.
O que o Presidente da Câmara Federal, Sr. Eduardo Cunha (outro que deve ter o mandato cassado), fez foi com base em diversos pareceres jurídicos aceitar a denuncia e proceder com as medidas legais para sua apreciação e posterior julgamento.
Tudo isso destaca-se com amparo legal da Constituição da República Federativa do Brasil.
Golpe de Estado consiste no derrube ilegal, por parte de um órgão do Estado, da ordem constitucional legítima. Os golpes de Estado podem ser violentos ou não, e podem corresponder aos interesses da maioria ou de uma minoria. O ato do golpe de Estado pode consistir simplesmente na aprovação, por parte de um órgão de soberania, de um diploma que revogue a constituição e que confira todo o poder do Estado a uma só pessoa ou organização.
Tem este nome de golpe porque se caracteriza por uma ruptura institucional repentina, contrariando a normalidade da lei e da ordem e submetendo o controle do Estado (poder político institucionalizado) a pessoas que não haviam sido legalmente designadas (fosse por eleição, hereditariedade ou outro processo de transição legalista).
Por vivermos é um país que ainda existe respeito ao mínimo da legalidade, diferentemente do que acontece nos regimes bolivarianos, não há o que se falar em golpe.
Interessante ver hoje os que se consideram vitimas de um suposto golpe são os mesmo que foram para rua a favor do impeachment do ex Presidente Collor e tentaram fazer o mesmo com Itamar Franco e FHC.
Vale lembrar o velho dito popular, pau que bate em Chico também bate em Francisco.
Realmente concordo que não haverá golpe, vamos com base na legalidade fazer a vontade popular e fora Dilma e fora Cunha.
Dia 13 vamos todos a rua pacificamente comemorar a vitória da democracia, respeito as leis e dar uma basta nos saqueadores do Brasil. Aguardo vocês.
Um forte abraço.


Leandrius Muniz, brasileiro, acreano, advogado e motivado de esperanças por um Brasil melhor.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Ontem a noite, lembrando de pessoas que conheço, me lembrei das mensagens de Jesus, em especial QUE DEVEMOS AMAR AO PRÓXIMO COMO A NÓS MESMOS... Mas ultimamente só vejo as pessoas se aproximando dos seus irmãos por puro interesse, para enganar, iludir, fazer falsas promessas, usar do próximo e depois jogar fora como um objeto descartável.
A cada dia fico mais abismado com a humanidade, decepcionado com as pessoas e envergonhado de suas atitudes, quando imagino Deus olhando a postura de seus filhos aqui na terra.
Não sou nenhum santo ou exemplo de tudo que é correto, mas pelo menos tento ser uma pessoa melhor a cada dia, sempre agindo com o coração e tentando ajudar os outros.
Que possamos ser menos egoístas e mais humanistas.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Sim! Nós temos micareta.

         No domingo passado (26/07/2015), tivemos a mais novo e tradicional evento do Acre, a micareta de abertura da Expoacre (aquela que já foi uma feira agropecuária, hoje mais parece um amontoado de prezepada).
         Segundo o site Wikipédia, vejamos a definição de micareta: “é a denominação dada no Brasil ao "carnaval fora de época", nada mais apropriado ao que se realizou no ultimo final de semana.
Antigamente nos tínhamos a tradicional cavalgada, que segundo o dicionário Aurélio: “é Reunião de pessoas a cavalo. / Corrida ou torneio assim realizado”.
Durante a micareta de abertura, segundo um amigo que fez a contagem, identificou 87 equídeos (equinos, asininos e muares) prestigiando o evento do qual, outrora já foram a atração principal.
Este ano algumas inovações no intuito de aumentar o controle da sanidade e bem estar dos animais foram implantados, pelo que soube sem muito sucesso, pois as instituições deixaram a desejar no quesito conforto aos equídeos, como por exemplo o não fornecimento de agua.
A intenção é boa, porem precisa ser discutida com quem entende de “cavalo” e não de micareta ou arraial.
A cada ano o que menos se encontra são cavalos neste evento. Em 2012 cheguei a ouvir o absurdo de que tinham muitos cavalos no meio das pessoas.
Me divirto bastante quando esse povo que não sabe diferenciar um jumento de uma cabrita, fica se fantasiando de cowboy, mais engraçado ainda é quando alguém pergunta o preço de um cavalo ou de uma bota, as caras de espanto dos “abeias” é legal demais.
Até concordo que uma bota, uma sela, um cavalo para os que “berola” que vão usar apenas uma vez por ano seja caro.
Há alguns dias me lembrei de uma cavalgada que vi em Xinguara no estado do Pará, tinham em torno de 4.000 (quatro mil) animais abilhantando o evento, carretas quase nenhuma e trio elétrico não vi nenhum.
Conversando com um amigo que adora cavalgada, perguntei como tinha sido a de Iporá - GO, aproveitei a oportunidade e perguntei como era a questão do som, quantidade trios elétricos, carretas com som e etc., para minha confirmação e nenhuma surpresa a informação de que aquilo não existia lá, pois se tratava de uma cavalgada e não de uma MICARETA.
Fiquei analisando aquela observação e pensando no que é feito aqui.
A festa que abre a Expoacre (que já foi a festa da pecuária), já foi uma cavalgada, não chega a ser um desfile da produção rural (algo praticamente inexistente no nosso estado), é bem mais parecida com uma MICARETA no sentido literal da palavra, conforme transcrito no inicio.
Como dito, cavalgada é reunião de pessoas a cavalo. Para ser um desfile do produtor rural faltam charretes, carros de bois, carroças, tratores com produtores e sua produção, seja do pequeno, médio e grande produtor, da agricultura familiar.
Para oficialmente se transformar em uma micareta, falta muito pouco, apenas pequenos detalhes, tipo o povo trocar a fantasia de cowboy por de axezeiro, o ritmo musical e por fim tirar os cavalos (realizando o sonho de muitas pessoas).
Dói muito o coração de um boiadeiro ver o que estão fazendo com a nossa feira agropecuária e com aquela que deveria ser a festa do peão e do patrão, dos apaixonados pela cultura caipira.
Vejo as postagens nas redes sociais, não vejo fotos de pessoas montadas, vejo todo mundo a pé “atrás do trio”, isso fere de morte a alma de um caipira.
Nunca deixarei de participar de uma verdadeira cavalgada, mas dessa micareta eu vou sair de fininho.
Para ficar melhor ainda juntaram o arraial cultural com a ex feira agropecuária, ou seja, a Expoacre agora é OFICIALMENTE um Arraial.

Leandrius Muniz
Advogado, Acreano, Equinoculto e Caipira com orgulho