terça-feira, 1 de julho de 2014

ARTIGO ESCRITO PELO MAJOR L. CAUDILL, DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS DOS EUA (UNITED STATES MARINE CORPS)

 A arma é civilização.
   As pessoas só possuem duas maneiras de lidar umas com as outras:
pela razão e pela força. Se você quer que eu faça algo para você, você
tem a opção de me convencer via argumentos ou me obrigar a me submeter
à sua vontade pela força. Todas as interações humanas recaem em uma
dessas duas categorias, sem exceções. Razão ou força, só isso. Em uma
sociedade realmente moral e civilizada, as pessoas somente interagem
pela persuasão.
    A força não tem lugar como método válido de interação social e a
única coisa que remove a força da equação é uma arma de fogo (de uso
pessoal), por mais paradoxal que isso possa parecer.
    Quando eu porto uma arma, você não pode lidar comigo pela Força.
Você precisa usar a Razão para tentar me persuadir, porque eu possuo
uma maneira de anular suas ameaças ou uso da Força.
    A arma de fogo é o único instrumento que coloca em pé de igualdade
uma mulher de 50 Kg e um assaltante de 105 Kg; um aposentado de 75
anos e um marginal de 19, e um único indivíduo contra um carro cheio
de bêbados com bastões de baseball.
    A arma de fogo remove a disparidade de força física, tamanho ou
número entre atacantes em potencial e alguém se defendendo.
    Há muitas pessoas que consideram a arma de fogo como a causa do
desequilíbrio de forças. São essas pessoas que pensam que seríamos
mais civilizados se todas as armas de fogo fossem removidas da
sociedade, porque uma arma de fogo deixaria o trabalho de um
assaltante (armado) mais fácil. Isso, obviamente, somente é verdade se
a maioria das vítimas em potencial do assaltante estiver desarmada,
seja por opção, seja em virtude de leis – isso não tem validade alguma
se a maioria das potenciais vítimas estiver armada.
    Quem advoga pelo banimento das armas de fogo opta automaticamente
pelo governo do jovem, do forte e dos em maior número, e isso é o
exato oposto de uma sociedade civilizada. Um marginal, mesmo armado,
só consegue ser bem sucedido em uma sociedade onde o Estado lhe
garantiu o monopólio da força.
    Há também o argumento de que as armas de fogo transformam em
letais confrontos que de outra maneira apenas resultariam em
ferimentos. Esse argumento é falacioso sob diversos aspectos. Sem
armas envolvidas, os confrontos são sempre vencidos pelos fisicamente
superiores, infligindo ferimentos seríssimos sobre os vencidos.
    Quem pensa que os punhos, bastões, porretes e pedras não
constituem força letal, estão assistindo muita TV, onde as pessoas são
espancadas e sofrem no máximo um pequeno corte no lábio. O fato de que
as armas aumentam a letalidade dos confrontos só funciona em favor do
defensor mais fraco, não do atacante mais forte. Se ambos estão
armados, o campo está nivelado. A arma de fogo é o único instrumento
que é igualmente letal tanto nas mãos de um octogenário quanto nas de
um halterofilista. Elas simplesmente não funcionariam como equalizador
de forças se não fossem igualmente letais e facilmente empregáveis.
    Quando eu porto uma arma, eu não o faço porque estou procurando
encrenca, mas por que espero ser deixado em paz. A arma na minha
cintura significa que eu não posso ser forçado, somente persuadido. Eu
não porto arma porque tenho medo, mas porque ela me permite não ter
medo. Ela não limita as ações daqueles que iriam interagir comigo pela
razão, somente daqueles que pretenderiam fazê-lo pela força. Ela
remove a força da equação. E é por isso que portar uma arma é um ato
civilizado.
    Então, a maior civilização é onde todos os cidadãos estão
igualmente armados e só podem ser persuadidos, nunca forçados.

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