segunda-feira, 8 de julho de 2013

recebi por e-mail

João Figueiredo,Havelange e a Copa.

Célio, de repente hoje eu comecei a receber uma enxurrada de mensagens
mencionando esta estória,que está abaixo.   Como você sabe, sou,
evidentemente, talvez o cara mais suspeito para tecer considerações
sobre qualquer matéria que faça juízo de valor a respeito de meu pai,
especialmente em atos do seu governo.   Mas sobre este episódio,
especificamente, não posso me furtar a lhe dizer, e com certeza
absoluta, que o que está relatado é totalmente verdadeiro.   Até
porque, veja você, calhou de eu estar presente no mencionado encontro.
Tinha acabado de vir do Rio, e fui direto ao Torto ver os meus pais,
como eu sempre fazia assim que chegava em Brasília. Soube que o
"Velho" estava reunido com o Havellange, no gabinete da residência.
Como sempre tivemos com ele uma relação muito cordial, me permiti
entrar para cumprimentá-lo e dar-lhe um abraço.   "- João e João ?
Esta reunião eu tenho que respeitar !", brinquei irreverente, dele
recebendo um carinhoso beijo. (Havellange sempre teve o hábito de
beijar os amigos). Ia, logicamente, me retirar, mas Papai me deixou à
vontade:   "- Senta aí, estamos falando de futebol, que é coisa que
você adora".   Fui logo sacaneando : "- E ele já descobriu um jeito de
salvar o Fluminense ?" (risos - os dois, tricolores roxos). , "- Ainda
não, mas vamos chegar lá. Estamos conversando sobre Copa do Mundo
..."   E deu-se então o diálogo, do qual o trecho que está contido no
texto fez parte, realmente. O Velho não concordava que o país
dispendesse quase 1 bilhão de dólares (valor abissal para os números
daquela época) para tentar satisfazer o caderno de encargos da FIFA,
principalmente diante do quadro de enorme dificuldade financeira que o
Brasil atravessava. Uma situação cambial dramática, resultante de um
aperto histórico na liquidez internacional - taxa de juros
internacionais de 22% a.a, barril de petróleo a 50 dólares no mercado
spot -  agravada pela necessidade de se dar continuidade a um
importantíssimo conjunto de obras de infraestrutura. Muitas delas
iniciadas, diga-se de passagem, em governos anteriores, mas que não
poderiam ser paralisadas por serem realmente de vital importância para
a continuidade do nosso desenvolvimento.   Para se ter uma idéia:
produzíamos apenas, em 1979 (quando houve o segundo "oil shock")
164.000 barris de petróleo por dia, contra uma demanda de 1,2 milhões.
Um forte investimento nos programas de prospecção e mudança no perfil
do refino, associado à criação e implementação do Proácool, permitiu
que em 1985 se atingisse uma produção de 640.000 barris/dia , fora a
triplicação das reservas cubadas de gás, e ainda tivéssemos grande
parte da bacia de Campos instalada (o que, sem medo de falar bobagem,
até hoje garante o abastecimento do nosso carro ou o óleo diesel do
nosso busão.)   Realmente, era contrastante com o que se fez (ou
melhor, o que NÃO se fez) nos governos seguintes : várias
hidrelétricas, começando por Itaipu - até hoje é a segunda maior do
mundo, além de Tucuruí, Balbina, Sobradinho, etc, todas com as suas
gigantescas linhas de transmissão; conclusão da expansão de todas as
grandes siderúrgicas (CSN, Usiminas, Cosipa e outras - que fizeram o
Brasil passar de crônico importador para exportador de aço); conclusão
das usinas de Angra 1 e 2; um programa agrícola que permitiu que ainda
hoje estejamos colhendo os frutos da disparada de produção de grãos -
graças à Embrapa, ao programa dos cerrados e ao programa "Plante que o
João garante"; um salto formidável nas telecomunicações, até então
ridículas; multiplicação da malha rodoviária - a mesma, praticamente,
na qual hoje ainda rodamos, só que agora sucateada e abandonada;
inauguração de dois metrôs : Rio e São Paulo; instalação de vários
açudes no sertão nordestino ; e, o que não vejo ninguém da mídia
mencionar (até porque não lhes interessa) : a construção de 2.400.000
casas populares, mais do que toda a história do BNH até então, e muito
mais do que a soma de todos os outros governos (?!) que sucederam.
Isto é apenas o que eu me lembro agora, ao aqui escrever rapidamente.
Em resumo : naquela época, o dinheiro dos impostos dos brasileiros,
simplesmente, destinava-se ao desenvolvimento do país.   Daí não ter
havido condições de se fazer a Copa de 1986. O mais engraçado foi no
dia seguinte : Delfim era muito ligado ao então presidente da CBF (ou
ainda era CBD ?, Giulitte Coutinho, que, lógico, tinha todo o
interesse em trazer aquela Copa para o Brasil. No despacho, Delfim foi
logo colocando: - "Presidente, trago aqui os números globais de custo
para fazermos a Copa, blá, blá, vai dar entre uns 300 a 500 milhões de
dólares, blá, blá ..."   O Velho, que já havia pedido ao SNI para
preparar um estudo acurado, cortou sumariamente : -"Não é isso não,
Delfim, você está enganado, iria custar isto, mais isto, mais aquilo
... e pode esquecer porque nós não vamos entrar nesta fria !"   Mas,
para concluir, já falando do presente : o que se está fazendo com o
povo brasileiro é simplesmente criminoso. Só que a roubalheira na
construção dos estádios é apenas a cabeça do iceberg ...   Só chamando
um Aiatolá para dar jeito, mesmo.   Grande abraço, P Fig     2013/6/20
Flávio Rizzo <flaviorizzo@globo.com>     19/06/13 -

O dia em que João Figueiredo mandou Havelange enfiar a Copa onde ele
quisesse!   Recebido por e-mail
Sempre foi autentico....falava na cara o que pensava.......saudades !!
Texto do jornalista Rodrigo Araújo"
O Havelange ofereceu a Copa do Mundo no Brasil e o “delicado”
presidente lhe respondeu: “Vc conhece uma favela do Rio de Janeiro? Vc
já viu a seca do nordeste? E vc acha que eu vou gastar dinheiro com
estádio de futebol?”.
Compartilhem ao máximo, O PAIS AGRADECE !!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário