sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Terroristas I

Delegado vai pedir prisão de grupo que depredou fazenda

José Maria Tomazela

O delegado Jader Biazon, da Polícia Civil de Borebi, no centro-oeste do Estado, vai pedir a prisão dos integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) que participaram da depredação da Fazenda Santo Henrique, da empresa Cutrale




O delegado Jader Biazon, da Polícia Civil de Borebi, no centro-oeste do Estado, vai pedir a prisão dos integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) que participaram da depredação da Fazenda Santo Henrique, da empresa Cutrale. Os sem-terra arrancaram cerca de 7 mil pés de laranja, destruíram ou danificaram 28 tratores e depredaram instalações. Também são acusados de furtar equipamentos, defensivos e pertences de oito famílias de colonos expulsas da propriedade. A invasão ocorreu no dia 28 de setembro e os sem-terra foram despejados na quarta-feira.

O delegado disse que já identificou seis pessoas que teriam participado da depredação, entre as quais dois líderes do MST. Ele não revelou os nomes para não prejudicar as investigações.

Com base nas placas dos veículos de sem-terra que estavam na fazenda, o delegado espera identificar outros suspeitos. Ele formalizou ontem a abertura de inquérito, indiciando os sem-terra por formação de bando ou quadrilha, esbulho possessório, furto e dano. O pedido de prisão temporária ou preventiva deverá ser encaminhado ao Fórum de Lençóis Paulista nos próximos dias.

Biazon começou a ouvir funcionários da fazenda e assentados. Ele disse que outros crimes podem ser imputados aos acusados, lembrando que, além da destruição da propriedade, as famílias de empregados que lá vivem também tiveram bens furtados. O trabalho da perícia mostrou que vários tratores foram usados para destruir os pés de laranja e não só o que aparece nas imagens divulgadas pela Polícia Militar.

O prazo previsto para conclusão do inquérito é de 30 dias, mas o delegado pode pedir prorrogação. Há muita coisa a ser apurada, disse ele. O delegado contou que foi parado na rua por moradores que querem a punição dos culpados. A sociedade está revoltada e cobra uma resposta da polícia.

TERRORISMO

Em Brasília, o deputado Paulo Maluf criticou ontem a destruição dos laranjais. O ex-governador, que assinou o requerimento para a criação da CPI destinada a investigar as ações do MST, qualificou a ação como terrorismo.

Trabalhadores corretos e decentes não podem ser penalizados por uma horda de bandidos que nada mais fazem do que o terrorismo, disse ele.

Em artigo divulgado pela internet, Gilmar Mauro, destacado integrante da coordenação nacional do MST, chamou de patética a ação dos senadores e deputados que condenaram a destruição dos laranjais da Cutrale. Muitos destes, possivelmente, já foram beneficiados com os sucos da empresa para suas campanhas, ou estão de olho para obter vitaminas no próximo pleito, afirmou. Mas nenhum deles levantou uma folha para denunciar o grande grilo do complexo Monções, continuou, referindo-se à área invadida, cuja propriedade é discutida na Justiça.

Gilmar justificou a ação dos sem-terra: Passar por cima das laranjas é passar por cima do grilo e da corrupção que mantém esta situação há muito tempo.

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