sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Satanismo social

Gregório Vivanco Lopes (*)
 
 


Começo por lembrar a entrevista concedida à Agência Zenit em 1º-3-09 pelo presidente da Associação Italiana de Psicólogos e Psiquiatras Católicos, Dr. Tonino Cantelmi, na qual ele diz:
“Nos dias de hoje, entre as diversas formas de desvio juvenil, assistimos à expansão do fenômeno do satanismo cultural, cada vez mais preocupante, com a cumplicidade da fácil disponibilidade de conteúdos esotéricos na internet e a falta de valores fortes na família.
“Segundo nossos cálculos, na Itália há cerca de cinco mil pessoas que são afetadas diretamente por um tema satânico, mas estamos assistindo a um satanismo cultural e ao desenvolvimento de um satanismo ateu, no qual Satanás é a ocasião para um ulterior encobrimento, é uma evolução.
Se até pouco tempo atrás o satanismo se escondia por trás das sombras das cidades ou nos povoados, hoje, em rede, ele adquiriu pleno direito de cidadania: converteu-se em um produto de consumo.
“Na amostragem examinada, 76% dos casos se interessam por magia, cartomancia, ritualismo, iniciação, esoterismo, enquanto o contato com material satânico é facílimo em 78% dos casos, sobretudo através da música, cinema, livros e internet.
“Mais da metade dos jovens confessa que tem curiosidade pelo satanismo; 1 de cada 3 jovens declara sentir-se atraído; 10% dizem que, se Satanás lhes assegurasse a felicidade, não teriam dificuldade em segui-lo, sinal este de infelicidade e do sofrimento que há no mundo atual” (http://www.zenit.org/article-20941?l=portuguese).

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Note-se que ele fala da esfera social. Ou seja, todo um país ou toda uma área de civilização pode estar sujeita a uma ação diabólica.
Isso nos faz lembrar a análise feita por Plinio Corrêa de Oliveira, segundo a qual a cristianização do Ocidente teve seu apogeu na Idade Média, com a consequente eliminação (como fenômeno social) das religiões e práticas satanistas do mundo pagão.
A partir do século XIV, porém, iniciou-se um processo de decadência — a Revolução — que, tendo por etapas o Renascimento, a pseudo-reforma protestante, a Revolução Francesa, o comunismo, a Revolução cultural tende a um estado de coisas cada vez mais distante dos princípios religiosos. E visa, em última análise, à aceitação do satanismo. É o demônio que volta de modo ainda mais terrível, porque trazido no carro da apostasia do Ocidente.
Assim é que presenciamos no mundo contemporâneo as incursões do rock satânico, multiplicação das blasfêmias e sacrilégios, aumento de cultos diabólicos ou suspeitos de tal, proteção concedida a ritos mágicos provenientes da África ou indígenas, uso crescente de drogas, um quase nudismo, processos de autodemolição da Igreja e da sociedade civil, etc.
“Vigiai e orai para não cairdes em tentação”, nos recomenda o Evangelho.
(*) Gregório Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

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