No dia 27 de julho acontece a “cavalgada”
da Expoacre (aquela que já foi uma Feira Agropecuária, hoje mais parece um
amontoado de prezepada).
Segundo o dicionário Aurélio, cavalgada
é s.f. Reunião de pessoas a cavalo. /
Corrida ou torneio assim realizado.
A cada ano o que menos se encontra são
cavalos neste evento. Em 2012 cheguei a ouvir o absurdo de que tinham muitos
cavalos no meio das pessoas.
Me divirto bastante quando esse povo
que não sabe diferenciar um jumento de uma cabrita, fica se fantasiando de cowboy,
mais engraçado ainda é quando alguém pergunta o preço de um cavalo ou de uma
bota, as caras de espanto dos “abeias” é legal demais.
Até concordo que uma bota, uma sela, um
cavalo para os que “berola” que vão usar apenas uma vez por ano seja caro.
Há poucos dias estive conversando com
um amigo muladeiro da cidade de Sena Madureira, que me falou que esteve em uma
das maiores cavalgadas do mundo, com a presença de mais de 6.500 animais, em
sua maioria muares.
Aproveitei a oportunidade e perguntei
como era a questão do som, quantidade trios elétricos, carretas com som e etc.,
para minha confirmação e nenhuma surpresa a informação de que aquilo não
existia lá, pois se tratava de uma cavalgada e não de uma MICARETA.
Fiquei analisando aquela observação e
pensando no que é feito aqui.
A festa que abre a Expoacre (que já foi
a festa da pecuária), já foi uma cavalgada, não chega a ser um desfile da
produção rural (algo praticamente inexistente no nosso estado), é bem mais
parecida com uma MICARETA (aquela festa que ocorre na Bahia no mesmo período do
carnaval).
Como dito, cavalgada é reunião de
pessoas a cavalo. Para ser um desfile do produtor rural faltam charretes,
carros de bois, carroças, tratores com produtores e sua produção, seja do
pequeno, médio e grande produtor, da agricultura familiar.
Para oficialmente se transformar em uma
micareta, falta muito pouco, apenas pequenos detalhes, tipo o povo trocar a
fantasia de cowboy por de axezeiro, o ritmo musical e por fim tirar os cavalos
(realizando o sonho de muitas pessoas).
Dói muito o coração de uma boiadeiro
ver o que estão fazendo com a nossa feira agropecuária e com aquela que deveria
ser a festa do peão e do patrão, dos apaixonados pela cultura caipira.
Nunca deixarei de participar de uma
verdadeira cavalgada, mas dessa micareta eu vou sair de fininho.
Leandrius
Muniz
Acreano,
Advogado, criador de cavalos, caipira com orgulho, locutor e juiz de prova de
team penning e três tambores, presidente da primeira comissão de cavalgada da
expoacre no ano de 2013.